Durante o mês de outubroos alunos do 1.º e do 2.º ano do Curso de Educação e Formação de Tratadores de Animais em Cativeiro foram convidados a ler “Ladino”, um conto do livro Bichos de Miguel Torga.
No dia 30 de outubro na Biblioteca Escolar, decorreu a primeira sessão do Clube de Leitura para o 3.º ciclo. Apesar de no início estarem um pouco inibidos, os alunos interagiram e conseguiram que a sessão fosse muito interessante e profícua, concluindo que o autor pretende transmitir uma moralidade aos seus leitores.
A candidatura da EPAMAC ao
projeto “Clubes de Leitura na Escola”, do Plano Nacional de Leitura, foi
aprovada, tendo sido atribuída uma verba de mil euros destinada à aquisição de
livros.
O Clube de Leitura pretende ser
um espaço que visa promover hábitos de leiturae a divulgação de obras de
grandes autores portugueses e internacionais.
Pretendemos que seja um lugar
de encontro e interação, onde os nossos alunos possam partilhar opiniões e desenvolver o sentido crítico.
O primeiro encontro do Clube
de Leitura destinado aos alunos do 3º ciclo será dinamizado pelas professoras
Isabel Carvalho e Vera Pinto e o Clube de Leitura destinado aos alunos do secundário
será dinamizado pelos professores Carlos Peixoto e Raquel Magalhães.
Luís de Camões é a figura central deste documentário biográfico, com depoimentos de diversos investigadores
sobre os episódios mais marcantes da vida do poeta.
Nasceu
em Chaves? Passou por Coimbra? Viveu em Constância? Lutou em Marrocos? Os
registos não existem e a genialidade da obra de Camões deixa o mito crescer e
consolidar-se.
Quem foi então Camões? Da provável origem galega da família Camões estabelecida em Chaves, onde a rua mais importante detém ainda o seu nome.
A passagem pela
Universidade de Coimbra deduz-se de uma cultura literária profunda que reflete
a obra escrita e também do parentesco com D. Bento de Camões, que terá sido
chanceler na academia.
Aqui
se tenta reconstruir o percurso nebuloso de um homem que, mesmo sabendo
reconhecer o seu próprio talento, nunca o viu
reconhecido.
Fernão
Mendes Pinto nasceu em Montemor-o-Velho, por volta do ano de 1510, e morreu em
Almada a 8 de julho de 1583.
Foi contemporâneo de Luís Vaz de Camões
(1524-1580).
Ainda
pequeno, um seu tio levou-o para Lisboa onde o colocou ao serviço do duque D.
Jorge, filho de D. João II durante cerca de cinco anos, dois dos
quais como moço de câmara. Este facto poderá comprovar a sua descendência de uma classe social privilegiada.
Em
1537 parte para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. Um ano mais tarde,
durante uma expedição ao Mar Vermelho, participou numa luta naval contra os
otomanos e foi feito prisioneiro, foi vendido como escravo a um grego e
revendido a um judeu que o levou para Ormuz, no Golfo Pérsico, onde foi
resgatado pelos portugueses.
Passou
os 21 anos seguintes a viver aventureiramente nas costas da Birmânia, Sião,
arquipélago de Sunda, Molucas, China e Japão.
Numa das
suas viagens ao Japão (1554) chegou como noviço da Companhia de Jesus, pois
havia entrado para a ordem religiosa após conhecer o padre jesuíta Francisco
Xavier (canonizado como São Francisco Xavier). Acabou por se
desencantar com a ordem religiosa, abandonando o noviciado e
regressando definitivamente a Portugal.
Ao
chegar a Portugal, com a ajuda do ex-governador da Índia Francisco Barreto,
conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela
pátria, que lhe deram direito a uma tença, que nunca recebeu. Desiludido, estabeleceu-se
na Quinta de Vale do Rosal, situada em Almada, onde se manteve até à morte em
1583.
As
suas aventuras no Oriente são relatadas no livro “Peregrinação”, escrito entre
1570 e 1578 e publicado duas décadas após a sua morte. Talvez seja o diário de
viagens mais traduzido e famoso da literatura portuguesa, que não foi
publicado em vida devido ao receio que Fernão Mendes Pinto tinha de que as suas
críticas aos jesuítas pudessem atrair a ira da Inquisição.
Os relatos exóticos
e as suas previsões quanto à derrocada do Império Português fizeram com que durante
muitos anos a sua obra fosse vista como fantasiosa, tanto que o seu nome foi
motivo de piada: Fernão, mentes? Minto!
Peregrinação
é um dos testemunhos mais simbólicos da diáspora portuguesa nos tempos áureos da
expansão do império e fez parte do imaginário coletivo português acerca das conquistas no oriente. Os relatos contidos no livro influenciaram a literatura, o
teatro e a música portuguesa, comprovado com o trabalho discográfico de Fausto
denominado, “Por Este Rio Acima”, que se inspirou nas viagens relatadas
no livro Peregrinação.
Por Este
Rio Acima é considerado pela crítica um dos álbuns mais
marcantes da música popular portuguesa das últimas décadas. Em 2009, este
trabalho foi considerado o 4.º melhor álbum da década de 1980 pela revista
Blitz, que recorreu a um grupo de mais de 50 personalidades ligadas ao mundo da
música.
Letra do poema que deu origem ao nome do álbum:
Por
este rio acima
Por
este rio acima
Deixando
para trás
A
côncava funda
Da
casa do fumo
Cheguei
perto do sonho
Flutuando
nas águas
Dos
rios dos céus
Escorre
o gengibre e o mel
Sedas
porcelanas
Pimenta
e canela
Recebendo
ofertas
De
músicas suaves
Em
nossas orelhas
leve
como o ar
A
terra a navegar
Meu
bem como eu vou
Por
este rio acima
Por
este rio acima
Os
barcos vão pintados
De
muitas pinturas
Descrevem
varandas
E os
cabelos de Inês
Desenham
memórias
Ao
longo da água
Bosques
enfeitiçados
Soutos
laranjeiras
Campinas
de trigo
Amores
repartidos
Afagam
as dores
Quando
são sentidos
Monstros
adormecidos
Na
esfera do fogo
Como
nasce a paz
Por
este rio acima
Meu
sonho
Quanto
eu te quero
Eu nem
sei
Eu nem
sei
Fica
um bocadinho mais
Que eu
também
Que eu
também
meu
bem
Por
este rio acima
isto
que é de uns
Também
é de outros
Não é
mais nem menos
Nascidos
foram todos
Do
suor da fêmea
Do
calor do macho
Aquilo
que uns tratam
Não
hão de tratar
Outros
de outra coisa
Pois o
que vende o fresco
Não
vende o salgado
Nem
também o seco
Na
terra em harmonia
Perfeita
e suave
das
margens do rio
Por
este rio acima
Meu
sonho
Quanto
eu te quero
Eu nem
sei
Eu nem
sei
Fica
um bocadinho mais
Que eu
também
Que eu
também
meu
bem
Por
este rio acima
Deixando
para trás
A
côncava funda
Da
casa do fumo
Cheguei
perto do sonho
Flutuando
nas águas
Dos
rios dos céus
Escorre
o gengibre e o mel
Sedas
porcelanas
Pimenta
e canela
Recebendo
ofertas
De
músicas suaves
Em
nossas orelhas
leve
como o ar
A
terra a navegar
Meu
bem como eu vou
Por
este rio acima
Referências
bibliográficas
Porto
Editora – Fernão Mendes Pinto na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora.
[consult. 2024-10-15 09:30:12]. Disponível em
https://www.infopedia.pt/$fernao-mendes-pinto
O programa "Visita Guiada" é um programa de televisão sobre temas da história da arte e da cultura portuguesas.
O episódio 12, da temporada 14, do programa "Visita Guiada" da autoria de Paula Moura Pinheiro, fala da vida de Luís Vaz de Camões, enquanto jovem estudante em Coimbra, nos anos 30 do século XVI.
Para veres o episódio, "O jovem Camões em Coimbra", clica sobre o vídeo:
Alarcão, J. Coimbra. O ressurgimento da cidade em 1537. Desenhos de José Luís Madeira. 2022. Coimbra. Imprensa da Universidade.
O Beco das Sardinheiras é um beco como outro qualquer, encafuado na parte velha de Lisboa. Uns dizem que é de Alfama, outros que é já da Mouraria e sustentam as suas opiniões com sólidos argumentos topográficos, abonados pela doutrina de olisiponenses egrégios. Eu, por mim, não me pronuncio. Tenho ideia de que ali é mais Alfama, mas não ficaria muito escarmentado se me provassem que afinal é Mouraria. Creio que o nome lhe vem das sardinheiras que exibem um carmesim vistoso durante todo o ano, plantadas num canteiro que rompe logo à esquina, não longe da drogaria que já fica na Rua dos Eléctricos. A gente que habita o Beco é como as demais, nem boa nem má. Tem sobre os outros lisboetas um apego ainda maior ao seu sítio e às suas coisas. Desde há muito tempo que não há memória de que algum dos do Beco tenha emigrado de livre vontade.
O
livro “Encontros na Cidade Proibida” da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel
Alçada, com ilustrações de Rui Sousa, dá a conhecer, para além de mais uma
aventura fascinante e animada, a vida e obra de Tomás Pereira, missionário
jesuíta português que, no século XVII, partiu para o Oriente e viveu em Pequim
durante 35 anos, contatando diretamente como o Imperador da China na misteriosa
e grandiosa Cidade Proibida.
Encontros
na Cidade Proibida inclui um conjunto relevante de informação histórica sobre a
época, sobre os primeiros jesuítas em Pequim, as
suas missões religiosas, a China Imperial e as suas religiões.