sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Sugestão de Leitura: "Casos do beco das Sardinheiras"

 


O Beco das Sardinheiras é um beco como outro qualquer, encafuado na parte velha de Lisboa. Uns dizem que é de Alfama, outros que é já da Mouraria e sustentam as suas opiniões com sólidos argumentos topográficos, abonados pela doutrina de olisiponenses egrégios.
Eu, por mim, não me pronuncio. Tenho ideia de que ali é mais Alfama, mas não ficaria muito escarmentado se me provassem que afinal é Mouraria. Creio que o nome lhe vem das sardinheiras que exibem um carmesim vistoso durante todo o ano, plantadas num canteiro que rompe logo à esquina, não longe da drogaria que já fica na Rua dos Eléctricos.
A gente que habita o Beco é como as demais, nem boa nem má. Tem sobre os outros lisboetas um apego ainda maior ao seu sítio e às suas coisas. Desde há muito tempo que não há memória de que algum dos do Beco tenha emigrado de livre vontade.

Sugestão de leitura: "Encontros na Cidade Proibida"

 

O livro “Encontros na Cidade Proibida” da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com ilustrações de Rui Sousa, dá a conhecer, para além de mais uma aventura fascinante e animada, a vida e obra de Tomás Pereira, missionário jesuíta português que, no século XVII, partiu para o Oriente e viveu em Pequim durante 35 anos, contatando diretamente como o Imperador da China na misteriosa e grandiosa Cidade Proibida.

Encontros na Cidade Proibida inclui um conjunto relevante de informação histórica sobre a época, sobre os primeiros jesuítas em Pequim, as suas missões religiosas, a China Imperial e as suas religiões.

Vem conhecer os novos livros que chegaram à biblioteca

Título: Fanny Owen

Autor: Agustina Bessa-Luís

Editora: Relógio D`Agua



Título: Grandes Esperanças

Autor: Charles Dickens

Editora: Relógio D`Agua




Título: A Tempestade

Autor: William Shakespeare

Editora: Relógio D`Agua





Soneto de Luís Vaz de Camões

Este amor que vos tenho, limpo e puro


Este amor que vos tenho, limpo e puro, 

de pensamento vil nunca tocado, 

em minha tenra idade começado, 

tê-lo dentro nesta alma só procuro. 


De haver nele mudança estou seguro, 

 sem temer nenhum caso ou duro Fado, 

nem o supremo bem ou baixo estado, 

nem o tempo presente nem futuro. 


A bonina e a flor asinha passa; 

tudo por terra o Inverno e Estio 

deita, só para meu amor é sempre Maio.

 

Mas ver-vos para mim, Senhora, escassa, 

e que essa ingratidão tudo me enjeita, 

traz este meu amor sempre em desmaio.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Nobel da Literatura 2024 - escritora sul coreana Han Kang

 

A Academia Sueca atribuiu o Prémio Nobel da Literatura 2024 à escritora sul coreana Han Kang pela "sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”.

Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul, em 1970. Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. A Vegetariana, o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. O Livro Branco, foi, em 2018, finalista do Man Booker International Prize.

Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. A sua obra está traduzida em mais de trinta línguas.


terça-feira, 8 de outubro de 2024

Biografia de Luís Vaz de Camões


Biografia 

Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta e humanista português, que ocupa um lugar cimeiro na memória da nação. Autor do poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo Português.  Essa corrente consiste em uma conceção artística, baseada na imitação dos clássicos gregos e latinos, considerados modelos da Antiguidade.

Luís Vaz de Camões nasceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1524. Era filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, aparentada com a casa de Vimioso, da alta nobreza portuguesa, e sobrinho de D. Bento de Camões, cônego da Igreja de Santa Cruz de Coimbra.

Em 1527, durante uma epidemia de Peste, em Lisboa, D. João III e a corte transferiram-se para Coimbra, e Simão, a mulher e o filho, com apenas três anos, acompanharam o rei.

Luís de Camões viveu sua infância na época das grandes descobertas marítimas e também no início do Classicismo em Portugal. Foi aluno do colégio do convento de Santa Maria e tornou-se um profundo conhecedor de história, geografia e literatura.

Em 1537, D. João III transferiu a Universidade de Lisboa para Coimbra. Camões iniciou o curso de Teologia, mas levava uma vida irrequieta, desordeira, além da fama de conquistador, mostrando pouca vocação para a Igreja.

Em 1544, com 20 anos, deixou as aulas de teologia e ingressou no curso de filosofia. Já era conhecido como poeta. Nessa época, compôs uma elegia à Paixão de Cristo, que ofereceu a seu tio. Seus versos revelam que ele estudou os clássicos da Antiguidade e os humanistas italianos.

Nessa época, encontra-se com D. Catarina de Ataíde, dama da rainha D. Catarina da Áustria, esposa do rei D. João III e, desse encontro nasce uma ardente paixão, mais tarde imortalizada pelo poeta com o anagrama “Natércia”.

Em um sarau, seguido de um torneio poético, o espanhol Juan Ramon, sobrinho de um professor da Universidade, sentiu-se ofendido por causa dos versos de Camões. Seguiu-se um duelo e o espanhol saiu ferido, o que terminou na prisão do poeta, sob o protesto dos estudantes. No final de muitas discussões, Camões foi perdoado, com a condição de ser desterrado durante um ano em Lisboa.

Na capital, os versos do poeta eram apreciados pelas damas da corte, mas era perseguido por outros poetas, sendo vítima de muitas intrigas para desprestigiá-lo e afastá-lo da corte.

Para fugir das perseguições, em 1547, Camões resolve embarcar, como soldado, para a África. Serviu dois anos em Ceuta. Combateu contra os mouros e durante uma briga perdeu o olho direito.

Em 1549, Luís de Camões retornou para Lisboa e entregou-se a uma vida desregrada. Em 1553, envolveu-se em novo incidente, ferindo um empregado do paço. Foi preso e permaneceu um ano encarcerado.

Nessa época, inspirado nas conquistas ultramarinas, nas viagens por mares desconhecidos, na descoberta de novas terras e no encontro com costumes diferentes, escreveu o primeiro canto de sua imortal poesia épica, Os Lusíadas.

Posto em Liberdade, em 1554, Camões embarcou para as Índias. Esteve em Goa, e tomou parte de várias outras expedições militares.

Camões foi nomeado provedor em Macau, na China e durante esse período, escreveu mais 6 contos de seu poema épico. Em 1556 partiu novamente para Goa, mas sua embarcação naufragou na foz do rio Mekong.

Camões conseguiu se salvar nadando, levando consigo os originais dos Lusíadas. Chegando a Goa, foi preso novamente em consequência de novas intrigas. Ali recebeu a notícia da morte prematura de D. Catarina de Ataíde.

Em 1569, Camões resolveu voltar para Portugal e embarcou na nau Santa Fé, levando consigo um escravo, que o acompanhou até seus últimos dias. Chegou a Cascais em 7 de abril de 1570. Depois de 16 anos, estava de volta à sua pátria.

Em 1572 publicou seu poema Os LusíadasQue celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. Com o sucesso da obra, Camões recebeu do rei D. Sebastião uma pensão anual.

Inspirado em A Eneida, de Virgílio, Camões narra fatos heroicos da história de Portugal, em particular, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama. 


Comemorações do V centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões

A Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses (EPAMAC) juntou-se ao arrojado Projeto da Rede de Bibliotecas Escolares: "Camões, engenho e arte", que tem como grande objetivo dar a conhecer e compreender a sua vida e a sua obra, divulgar e valorizar o seu legado de valor universal.

As comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões vão-se realizar entre 10 de junho de 2024 e 10 de junho de 2026.

e- biografia  de Luís de Camões de Dilva Frazãohttps://www.ebiografia.com/luis_camoes/


A Oficina de Camões: Apontamentos sobre os Lusíadas

Vem à biblioteca conhecer um Novo Livro



A Oficina de Camões: Apontamentos sobre Os Lusíadas

de José Augusto Cardoso Bernardes; Universidade de Coimbra; 2022


Sinopse da editora

No ano em que se cumprem 450 anos da sua publicação (1972/2022), Os Lusíadas continuam a justificar trabalho de revisitação crítica.

É esse o propósito deste volume. Feito a partir de estudos antes editados em revistas ou obras coletivas, mas agora reelaborados no conteúdo e na forma, o livro pretende oferecer uma visão global e atualizada da epopeia camoniana.

Pela forte vertente pedagógica que contém, destina-se a um público amplo, incluindo estudantes e agentes de ensino.

Sugestão de Leitura: "Casos do beco das Sardinheiras"

  O Beco das Sardinheiras é um beco como outro qualquer, encafuado na parte velha de Lisboa. Uns dizem que é de Alfama, outros que é já da M...